Uso de antiespumantes na indústria leiteira no Brasil

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A indústria de laticínios representa um dos pilares fundamentais do setor agroindustrial brasileiro, caracterizando-se não apenas pela sua vasta produção, mas também pela sua significativa contribuição para a economia do país. No entanto, a eficiência e a qualidade na produção desses bens de consumo essenciais enfrentam diversos desafios técnicos, entre os quais a formação de espuma durante os processos produtivos se destaca como um dos mais persistentes.

Este fenômeno, aparentemente simples, pode levar a complicações significativas que afetam a eficiência operacional, a segurança e a qualidade do produto final.

Os antiespumantes surgem como uma solução estratégica, atuando para mitigar os impactos negativos da espuma. O uso adequado e eficaz desses compostos químicos não só contribui para o aprimoramento dos processos de produção mas também assegura que os produtos finais atendam às expectativas de qualidade e segurança exigidas pelos consumidores e pelas regulamentações vigentes.

Abordaremos a seguir a natureza do problema da espuma na indústria de laticínios e como os antiespumantes representam uma ferramenta vital para o enfrentamento dessa questão.

A espuma na produção de laticínios

Durante a produção de laticínios, a formação de espuma é um fenômeno comum que ocorre em várias etapas, desde a pasteurização até a fermentação e o enchimento. A espuma é gerada pela agitação mecânica do leite e de seus derivados, especialmente quando estes contêm proteínas, gorduras e tensoativos naturais, que estabilizam as bolhas de ar, formando a espuma. Embora possa parecer inofensiva à primeira vista, a presença excessiva de espuma pode levar a uma série de complicações no processo produtivo.

Primeiramente, a espuma pode interferir na eficiência dos equipamentos, reduzindo a capacidade de processamento e aumentando o tempo de produção. Em unidades de pasteurização, por exemplo, a espuma pode causar transbordamentos, contaminando áreas de trabalho e comprometendo a higiene do ambiente produtivo. Além disso, nos processos que exigem precisão no enchimento, a formação de espuma pode levar a variações no volume dos produtos, afetando diretamente a padronização e a qualidade final.

A formação de espuma também está associada a perdas de produto e a um aumento no consumo de água e energia, uma vez que são necessárias intervenções frequentes para a remoção da espuma ou para o controle de seus efeitos. Essas intervenções, muitas vezes manuais, elevam os custos operacionais e podem comprometer a segurança dos trabalhadores, expondo-os a riscos de contaminação e acidentes.

Diante desses desafios, a implementação de soluções eficazes para o controle da espuma torna-se imperativa para a indústria de laticínios. Os antiespumantes, quando utilizados corretamente, oferecem uma resposta direta a este problema, permitindo uma produção mais limpa, eficiente e segura. Nas próximas seções, exploraremos em detalhe como esses compostos funcionam e as melhores práticas para sua aplicação no contexto da produção de laticínios no Brasil.

O que são antiespumantes

Antiespumantes são aditivos químicos projetados especificamente para prevenir a formação de espuma ou para facilitar a sua rápida dissolução em processos industriais, inclusive na indústria de laticínios. Esses compostos atuam sobre as bolhas de ar estabilizadas por substâncias presentes no leite, como proteínas e gorduras, desestabilizando-as e impedindo assim a formação de espuma. O mecanismo de ação dos antiespumantes envolve a alteração da tensão superficial do líquido, o que reduz a estabilidade das bolhas de ar e promove o colapso da espuma.

A composição dos antiespumantes varia de acordo com a aplicação específica, mas muitos deles contêm agentes surfactantes que são capazes de se posicionar na interface entre o ar e o líquido, modificando as propriedades físico-químicas dessa interface. Além disso, alguns antiespumantes podem incluir óleos minerais ou vegetais, polímeros de silicone e outros componentes que aumentam a eficácia do produto.

Como funcionam

Existem dois tipos principais de antiespumantes usados na indústria de laticínios:

  1. Antiespumantes de Silicone: São amplamente reconhecidos por sua eficiência e compatibilidade com uma vasta gama de processos. Os compostos à base de silicone são particularmente valorizados por sua inércia química e estabilidade térmica, o que os torna adequados para processos de alta temperatura, como a pasteurização e a esterilização.
  2. Antiespumantes alimentícios: Incluem óleos vegetais e outros compostos orgânicos não siliconados. Eles são preferidos em aplicações onde é necessária uma abordagem mais natural ou quando há restrições ao uso de silicone. Sua eficácia, no entanto, pode variar dependendo das condições específicas do processo e da composição do produto lácteo.
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O processo de escolha e implementação de um antiespumante adequado requer uma compreensão detalhada das etapas de produção, das características do produto e dos objetivos de qualidade. É crucial considerar fatores como a temperatura do processo, o pH, a presença de outros aditivos e a legislação aplicável, para assegurar que o antiespumante selecionado ofereça o máximo de eficácia sem comprometer a segurança ou a qualidade do produto final.

A eficiência dos antiespumantes não se limita apenas à supressão da espuma; eles também contribuem para a melhoria geral do processo de produção. Ao minimizar a formação de espuma, os antiespumantes ajudam a evitar paradas não programadas, reduzir perdas de produto e melhorar a segurança operacional, garantindo assim uma produção mais eficiente e econômica. A seleção cuidadosa e o uso adequado desses aditivos são, portanto, fundamentais para o sucesso e a sustentabilidade da indústria de laticínios no Brasil.

Antiespumante FC-20

Antiespumante FC-20 Biosan
Antiespumante FC-20 Biosan
  1. Composição Segura e Apropriada: A mistura de poliglicóis copoliméricos (poliéterglicol) dispersos em solventes alimentícios (etanol e água) indica que o FC-20 é feito de componentes seguros para uso em alimentos. Esses componentes são reconhecidos por sua compatibilidade com processos alimentícios, garantindo que o produto final não seja afetado adversamente em termos de sabor, aroma ou segurança.
  2. Dupla Ação Eficiente: O fato de o FC-20 oferecer uma dupla ação — tanto prevenindo a formação de espuma por redução da tensão superficial quanto destruindo a espuma já formada — é particularmente vantajoso para a indústria de laticínios. Isso significa que ele pode ser utilizado de forma eficaz em diferentes estágios do processo de produção, desde a coleta e processamento do leite até o enchimento de produtos lácteos, onde a formação de espuma pode ser um problema.
  3. Versatilidade de Aplicações: A descrição do FC-20 sugere que ele tem várias aplicações dentro da indústria alimentar, o que implica sua flexibilidade e eficácia em uma variedade de processos produtivos. Para a indústria de laticínios, essa versatilidade é crucial, pois os processos podem variar significativamente dependendo do tipo de produto lácteo produzido (como leite, queijo, iogurte, etc.).
  4. Impacto Minimal na Qualidade do Produto: Os ingredientes ativos do FC-20 são dispersos em solventes alimentícios, sugerindo que eles têm um impacto mínimo ou nenhum na qualidade ou segurança dos produtos lácteos. Isso é essencial para manter os padrões elevados de qualidade exigidos pelos consumidores e regulamentações.
  5. Custo-Benefício: Embora o custo específico do FC-20 não tenha sido mencionado, a eficiência de um antiespumante com dupla ação pode resultar em economia de custos ao reduzir a necessidade de múltiplos aditivos ou tratamentos adicionais para controlar a espuma. Além disso, ao evitar perdas de produto e interrupções no processo, o FC-20 pode contribuir para uma operação mais econômica e eficiente.
  6. Conformidade Regulatória: Considerando sua composição, o FC-20 parece estar em conformidade com as regulamentações para aditivos de grau alimentício, o que é fundamental para a aprovação e aceitação dentro da indústria de laticínios.

Normas Regulatórias e Boas Práticas no uso de antiespumantes no Brasil

O uso de antiespumantes na indústria de laticínios no Brasil é cuidadosamente regulamentado para assegurar tanto a segurança do consumidor quanto a integridade do produto final.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), juntamente com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), são os órgãos responsáveis por estabelecer os parâmetros que norteiam a utilização desses aditivos, seguindo um conjunto de normas regulatórias (NRs) que visam manter altos padrões de qualidade e segurança.

Normas Regulatórias Aplicáveis:

  • Resolução RDC Nº 255/2018 (ANVISA): Estabelece os limites máximos para o uso de aditivos químicos em alimentos, incluindo antiespumantes, e especifica as condições sob as quais esses aditivos podem ser empregados em produtos destinados ao consumo humano.
  • Instrução Normativa Nº 62/2011 (MAPA): Define os critérios para a produção, a identidade e a qualidade do leite e produtos lácteos, regulando aspectos que vão desde a coleta e transporte do leite cru até o processamento e a adição de aditivos.

Boas Práticas de Fabricação (BPF):

Para complementar as diretrizes estabelecidas pelas NRs, a implementação de Boas Práticas de Fabricação é crucial. As BPF englobam procedimentos que garantem a higiene, a segurança e a eficiência operacional, abrangendo desde o manejo de matérias-primas até o armazenamento e transporte dos produtos finais.

Dentro do escopo de uso de antiespumantes, as BPF englobam:

  • Seleção e Avaliação de Aditivos: A escolha de antiespumantes deve atender às especificações da Resolução RDC Nº 255/2018, garantindo que apenas substâncias aprovadas e em concentrações permitidas sejam utilizadas.
  • Controle de Qualidade e Dosagem: A aplicação de antiespumantes deve ser meticulosamente monitorada e documentada, conforme orientações da Instrução Normativa Nº 62/2011, para assegurar que as dosagens estejam em conformidade com as regulamentações e sejam eficazes para o propósito pretendido.
  • Manutenção de Registros: Manter uma documentação detalhada do uso de antiespumantes, incluindo informações sobre os lotes, quantidades aplicadas, datas e resultados obtidos, é essencial para a rastreabilidade e para atender às exigências regulatórias.
  • Capacitação Continuada: É fundamental que os funcionários recebam treinamento regular sobre as normativas vigentes, incluindo a Resolução RDC Nº 255/2018 e a Instrução Normativa Nº 62/2011, e sobre as práticas recomendadas para a utilização segura e eficiente de antiespumantes.

A aderência às normas regulatórias e às BPF não apenas cumpre com os requisitos legais mas também promove a eficiência produtiva e a confiança dos consumidores, constituindo uma base sólida para a sustentabilidade e o sucesso a longo prazo da indústria de laticínios no Brasil.

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