Fases do tratamento de efluentes: entenda como funciona cada etapa

Fases do tratamento de efluentes: entenda como funciona cada etapa 1

O tratamento de efluentes é um dos pilares fundamentais para a preservação dos recursos hídricos no Brasil. Com o crescimento da população e da atividade industrial, a geração de efluentes — resíduos líquidos provenientes de processos industriais, comerciais ou domésticos — tornou-se um desafio para a sustentabilidade ambiental. A inadequada gestão desses resíduos pode causar sérios impactos ao meio ambiente, contaminando corpos d’água e comprometendo o ecossistema.

No contexto das estações de tratamento de efluentes, os profissionais responsáveis enfrentam diariamente a missão de tratar esses resíduos de forma eficiente, garantindo que a água seja devolvida ao meio ambiente em condições adequadas ou até mesmo reutilizada em processos industriais. Esse processo é regulamentado por legislações ambientais rigorosas no Brasil, como a Lei de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010) e as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que estabelecem padrões para o tratamento e o descarte adequado de efluentes.

O Brasil possui uma grande diversidade de sistemas de tratamento de efluentes, e cada estação de tratamento deve ser projetada de acordo com as características do efluente gerado e os requisitos locais. Seja em indústrias, estações de tratamento municipais ou áreas agrícolas, o tratamento de efluentes segue etapas específicas para garantir a remoção de sólidos, matéria orgânica e contaminantes químicos.

Por que o tratamento de efluentes é crucial?

Além de ser uma exigência legal, o tratamento de efluentes é vital para:

  • Proteger os corpos d’água: Efluentes não tratados podem poluir rios, lagos e mares, comprometendo a vida aquática e os ecossistemas.
  • Preservar a saúde pública: A contaminação de fontes de água potável pode gerar sérios problemas de saúde pública, como surtos de doenças hídricas.
  • Reduzir o consumo de água potável: O reúso de efluentes tratados reduz a pressão sobre as reservas de água doce, um recurso cada vez mais escasso.
  • Minimizar o impacto ambiental: O correto tratamento reduz a carga poluente lançada no meio ambiente, ajudando a preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais.

A Importância das etapas do tratamento de efluentes

Cada fase do tratamento de efluentes é projetada para remover ou transformar componentes específicos presentes no efluente. Desde a remoção de sólidos grosseiros até o tratamento biológico e químico, essas etapas garantem que os contaminantes sejam gradualmente eliminados, deixando o efluente final em condições apropriadas para descarte ou reúso.

O uso de antiespumantes é mais comum durante as fases de tratamento primário e secundário (biológico), embora também possa ser aplicado em outras etapas, dependendo das características do efluente e do processo.

Neste artigo, exploraremos detalhadamente cada uma das etapas envolvidas no tratamento de efluentes, destacando suas funções, os processos mais utilizados e as tecnologias disponíveis no mercado. O foco será sempre voltado para soluções eficientes e sustentáveis, que ajudem a mitigar os impactos ambientais e a otimizar os processos nas estações de tratamento.

Fase 1: Tratamento preliminar

O tratamento preliminar é a primeira etapa no processo de tratamento de efluentes e desempenha um papel fundamental na proteção dos equipamentos e na melhoria da eficiência das fases seguintes. Nesta fase, o principal objetivo é remover sólidos grosseiros e detritos que podem comprometer o funcionamento adequado da estação de tratamento, evitando entupimentos e danos ao maquinário.

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Etapas do tratamento preliminar

  1. Grelhagem ou Peneiramento
    • A grelhagem é o primeiro passo no tratamento preliminar, onde são removidos sólidos maiores, como pedaços de madeira, plásticos, pedras e outros resíduos que podem estar presentes no efluente. Isso é feito através de grades ou peneiras que filtram esses materiais antes que o efluente avance para as etapas mais sensíveis do tratamento.
    • Tecnologia utilizada: Grades metálicas, peneiras de diferentes malhas e sistemas automatizados para remoção contínua de sólidos.
    • Benefícios: Protege bombas e outros equipamentos de danos mecânicos, reduz o acúmulo de materiais nos tanques e minimiza o risco de entupimentos nos tubos e nas instalações.
  2. Desarenação
    • Após a remoção dos sólidos maiores, o efluente passa por um processo de desarenação. Nesta etapa, partículas mais densas e abrasivas, como areia e cascalho, são removidas através de decantação. A areia e outros materiais pesados são separados do fluxo principal do efluente e armazenados em tanques específicos.
    • Tecnologia utilizada: Desarenadores, que utilizam a força da gravidade para separar partículas mais densas.
    • Benefícios: Evita o desgaste precoce de bombas e equipamentos rotativos, além de prevenir o acúmulo de areia nos tanques de sedimentação e reatores biológicos.
  3. Remoção de Óleos e Gorduras
    • Em alguns casos, os efluentes industriais podem conter grandes quantidades de óleos e gorduras, que precisam ser removidos nesta fase preliminar. Esse processo é realizado em tanques específicos onde a flotação ou a decantação separa os óleos da superfície do efluente.
    • Tecnologia utilizada: Tanques de flotação e sistemas de remoção de óleos por meio de raspagem ou injeção de ar.
    • Benefícios: A remoção eficaz de óleos e graxas previne problemas de formação de espuma nas etapas seguintes, além de melhorar o desempenho dos processos biológicos.

Importância do tratamento preliminar

O tratamento preliminar é indispensável para garantir que os sólidos maiores, como plásticos, metais e pedras, sejam adequadamente removidos, evitando danos aos equipamentos e aumentando a eficiência dos processos subsequentes. Sem esta etapa, o risco de falhas operacionais e paradas de manutenção aumentaria significativamente, além de comprometer a qualidade final do tratamento.

Essa fase também tem um impacto direto na redução dos custos operacionais, pois reduz a necessidade de reparos e manutenção, permitindo que o tratamento ocorra de maneira mais fluida e eficiente.


Fase 2: Tratamento primário

Após o tratamento preliminar, o efluente segue para o tratamento primário, cuja principal função é separar os sólidos suspensos sedimentáveis e reduzir a carga orgânica do efluente. Essa etapa é essencial para garantir que o efluente esteja preparado para o tratamento biológico, que será realizado na fase seguinte.

Durante a decantação primária, o efluente pode apresentar formação de espuma devido à presença de óleos, gorduras e sólidos orgânicos. O uso de antiespumantes para efluentes ajuda a controlar a espuma que pode interferir na operação dos tanques de decantação, evitando transbordamentos e bloqueio de sensores.

Etapas do tratamento primário

  1. Decantação Primária
    • O processo de decantação primária ocorre em grandes tanques onde o efluente é mantido em repouso por um período de tempo controlado. Durante esse tempo, os sólidos suspensos, que ainda estavam presentes após o tratamento preliminar, sedimentam no fundo do tanque, formando uma camada de lodo. Esse lodo é periodicamente removido e encaminhado para tratamento específico.
    • Tecnologia utilizada: Tanques de decantação primária, que podem variar de acordo com o tamanho da estação e o volume de efluente tratado.
    • Benefícios: Reduz significativamente a carga de sólidos em suspensão e matéria orgânica, o que facilita o trabalho das etapas seguintes, especialmente o tratamento biológico. Também ajuda a diminuir a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), um dos parâmetros mais importantes na medição da qualidade do efluente.
  2. Flotação
    • Em algumas estações de tratamento, o processo de flotação é utilizado para remover sólidos que flutuam, como óleos, graxas e pequenas partículas. A flotação pode ser realizada injetando ar no efluente, o que faz com que as partículas subam à superfície e sejam removidas por raspagem.
    • Tecnologia utilizada: Tanques de flotação por ar dissolvido (FAD).
    • Benefícios: A flotação é especialmente útil quando o efluente contém quantidades significativas de substâncias leves, como óleos e gorduras, que não são facilmente removidas por decantação. Esse processo garante uma remoção mais eficaz dessas substâncias antes do tratamento biológico.

Importância do tratamento primário

O tratamento primário é uma fase crítica para garantir a remoção inicial de sólidos e a redução de carga orgânica, fatores que influenciam diretamente a eficiência do tratamento biológico subsequente. A remoção de até 50% dos sólidos em suspensão e cerca de 30-40% da matéria orgânica permite que o efluente chegue em condições adequadas para as próximas fases, otimizando o consumo de energia e reduzindo a necessidade de produtos químicos adicionais.

Além disso, o tratamento primário ajuda a estabilizar o efluente, evitando variações bruscas na qualidade da água que poderiam sobrecarregar os processos biológicos.


Fase 3: Tratamento secundário (biológico)

O tratamento secundário, também conhecido como tratamento biológico, é a etapa responsável pela remoção da matéria orgânica dissolvida ou em suspensão no efluente. Nesta fase, os microrganismos desempenham um papel fundamental ao decompor a matéria orgânica, transformando-a em substâncias mais simples e menos nocivas para o ambiente. O tratamento secundário é considerado uma das etapas mais importantes, pois reduz drasticamente a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), um dos indicadores mais relevantes da poluição da água.

No tratamento biológico, especialmente em processos aeróbios como o de lodos ativados, a aeração do efluente frequentemente causa a formação de espuma devido à atividade microbiana. A espuma pode reduzir a eficiência do tratamento e afetar o equilíbrio do sistema biológico. O uso de antiespumante para ETE ajuda a manter o controle sobre esse fenômeno, permitindo que o processo ocorra de forma mais eficiente e sem interrupções.

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Principais processos do tratamento secundário

  1. Lodos Ativados
    • O processo de lodos ativados é amplamente utilizado no Brasil e consiste em expor o efluente a um ambiente aeróbio, onde microrganismos consomem a matéria orgânica presente. O efluente é misturado com lodo biológico (massa de microrganismos) em tanques aerados, e, ao longo do tempo, a matéria orgânica é decomposta, resultando em uma redução significativa da poluição.
    • Tecnologia utilizada: Tanques de aeração e clarificadores para sedimentar o lodo excedente.
    • Benefícios: Esse processo é altamente eficiente na remoção de matéria orgânica e pode ser ajustado para diferentes tipos de efluentes. Além disso, o lodo resultante pode ser tratado e reutilizado em processos de fertilização ou descarte seguro.
  2. Reatores Anaeróbios
    • Diferente do processo aeróbio de lodos ativados, os reatores anaeróbios funcionam na ausência de oxigênio. Nesse ambiente, bactérias anaeróbias quebram a matéria orgânica, produzindo biogás (composto principalmente de metano) como subproduto. Esse biogás pode ser utilizado para geração de energia, tornando o processo sustentável.
    • Tecnologia utilizada: Reatores anaeróbios de fluxo ascendente (UASB), biodigestores.
    • Benefícios: O tratamento anaeróbio é ideal para efluentes com alta carga orgânica, e a produção de biogás oferece uma fonte de energia renovável que pode ser aproveitada pela própria estação de tratamento.
  3. Filtros Biológicos
    • Os filtros biológicos são sistemas nos quais o efluente passa por um meio poroso (como brita ou anéis plásticos) onde microrganismos aderidos decompõem a matéria orgânica. Esse processo é geralmente utilizado em estações menores ou como um complemento ao sistema de lodos ativados.
    • Tecnologia utilizada: Filtros biológicos de leito fixo ou móvel.
    • Benefícios: São soluções de baixo custo e manutenção simples, adequadas para áreas com menor demanda de tratamento.

Importância do tratamento secundário

O tratamento secundário é crucial para garantir a remoção da matéria orgânica dissolvida, reduzindo significativamente a carga poluente dos efluentes antes de seu descarte ou reutilização. Essa fase também prepara o efluente para as etapas seguintes, especialmente no caso de tratamentos mais avançados, como o terciário, que se foca na remoção de poluentes específicos.

Além disso, o uso de processos biológicos faz com que essa etapa seja eficiente do ponto de vista energético e ambiental, visto que a utilização de microrganismos é um método natural e sustentável para o tratamento de resíduos orgânicos.


Fase 4: Tratamento terciário (avançado)

O tratamento terciário ou tratamento avançado é uma fase complementar ao tratamento secundário, com o objetivo de remover contaminantes específicos que não foram eliminados nas etapas anteriores, como nutrientes (nitrogênio e fósforo), metais pesados, compostos orgânicos persistentes e outros poluentes químicos. Esta fase é especialmente importante para garantir que o efluente tratado esteja em conformidade com os padrões mais rigorosos de descarte ou para possibilitar seu reúso em processos industriais.

Principais processos do tratamento terciário

  1. Remoção de Nutrientes
    • A remoção de nutrientes, como nitrogênio e fósforo, é essencial para prevenir a eutrofização, um fenômeno que ocorre quando corpos d’água recebem uma quantidade excessiva de nutrientes, resultando na proliferação de algas e outros organismos. Esse excesso de nutrientes pode comprometer a qualidade da água e a vida aquática.
    • Tecnologia utilizada: Processos biológicos de desnitrificação e remoção de fósforo por precipitação química.
    • Benefícios: A remoção eficaz de nutrientes é fundamental para proteger os corpos d’água e garantir a qualidade da água tratada, especialmente em áreas sensíveis.
  2. Filtração Avançada
    • A filtração terciária é usada para remover sólidos suspensos muito finos e outros materiais residuais que não foram removidos nas etapas anteriores. Os métodos de filtração incluem filtração com carvão ativado, filtração de areia e membranas de ultrafiltração.
    • Tecnologia utilizada: Filtros de areia, filtros de membrana e filtros de carvão ativado.
    • Benefícios: A filtração avançada remove partículas muito pequenas, melhorando ainda mais a qualidade do efluente, seja para descarte ou reúso.
  3. Desinfecção
    • A desinfecção é uma das últimas etapas do tratamento terciário, destinada a eliminar microrganismos patogênicos presentes no efluente. Isso pode ser feito por meio da aplicação de cloro, ozônio ou radiação ultravioleta (UV).
    • Tecnologia utilizada: Sistemas de cloração, ozonizadores, e lâmpadas de UV.
    • Benefícios: A desinfecção garante que o efluente tratado esteja livre de agentes biológicos prejudiciais, tornando-o seguro para descarte em corpos d’água ou para reúso em aplicações industriais.
  4. Remoção de Metais Pesados
    • O tratamento terciário também pode incluir a remoção de metais pesados, como mercúrio, chumbo e cádmio, que podem ser extremamente tóxicos em concentrações elevadas. Isso é especialmente importante em efluentes industriais que possam conter esses contaminantes.
    • Tecnologia utilizada: Precipitação química, filtração com carvão ativado e processos de troca iônica.
    • Benefícios: A remoção de metais pesados é crucial para evitar a contaminação do solo e das águas subterrâneas, além de garantir que o efluente esteja em conformidade com as normas ambientais.

Importância do tratamento terciário

O tratamento terciário permite que os efluentes tratados alcancem níveis de pureza elevados, muitas vezes excedendo os padrões de descarte convencionais. Essa fase é especialmente importante em regiões que possuem corpos d’água sensíveis ou em casos em que a água tratada será reutilizada em processos industriais ou mesmo para consumo não potável.

Além disso, o tratamento avançado permite que as indústrias cumpram exigências ambientais mais rigorosas e contribui para a sustentabilidade do ciclo de água, incentivando o reúso e reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos naturais.


Fase 5: Tratamento de lodo

O tratamento de lodo é uma etapa crítica e complementar no processo de tratamento de efluentes. Durante as fases anteriores, principalmente nos processos de decantação e tratamento biológico, uma quantidade significativa de lodo é gerada como subproduto. Esse lodo, que é composto por sólidos sedimentados e microrganismos mortos, precisa ser tratado adequadamente antes de ser descartado ou reutilizado, para evitar a contaminação do solo e das águas.

Etapas do tratamento de lodo

  1. Espessamento do Lodo
    • O lodo gerado nos processos de decantação e tratamento secundário contém uma alta porcentagem de água, o que dificulta seu manejo e descarte. A primeira etapa no tratamento de lodo é o espessamento, que visa remover o excesso de água, reduzindo seu volume. Isso é feito em tanques especiais, onde o lodo é mantido em repouso, permitindo que a água seja separada e removida.
    • Tecnologia utilizada: Tanques de espessamento e centrífugas.
    • Benefícios: A redução do volume de lodo facilita o transporte e o tratamento subsequente, além de reduzir os custos operacionais.
  2. Digestão Anaeróbia ou Aeróbia
    • Após o espessamento, o lodo passa por um processo de digestão, que pode ser anaeróbio (na ausência de oxigênio) ou aeróbio (com presença de oxigênio). Durante essa etapa, os microrganismos decompõem a matéria orgânica presente no lodo, estabilizando-o e reduzindo seu potencial poluente. A digestão anaeróbia também gera biogás, que pode ser aproveitado como fonte de energia.
    • Tecnologia utilizada: Reatores de digestão anaeróbia ou aeróbia.
    • Benefícios: A digestão do lodo reduz seu volume, estabiliza os resíduos orgânicos e, no caso do processo anaeróbio, gera biogás, promovendo sustentabilidade energética.
  3. Desidratação do Lodo
    • Após a digestão, o lodo ainda contém uma quantidade significativa de água. Para reduzir ainda mais seu volume, o lodo passa por um processo de desidratação, no qual a maior parte da água restante é removida, tornando o lodo mais fácil de manusear e transportar.
    • Tecnologia utilizada: Filtros prensa, centrífugas, leitos de secagem.
    • Benefícios: A desidratação diminui o volume de lodo a ser descartado, facilitando o armazenamento e transporte, além de reduzir custos de disposição final.
  4. Disposição ou Reutilização do Lodo
    • O lodo tratado pode ser descartado de maneira segura, conforme as regulamentações ambientais, ou reutilizado em aplicações específicas, como fertilizante agrícola, dependendo de sua composição química. Em muitos casos, o lodo tratado é utilizado para cobrir aterros sanitários ou é incinerado, gerando energia.
    • Tecnologia utilizada: Aterros sanitários, incineradores ou compostagem.
    • Benefícios: A disposição adequada evita a contaminação do solo e das águas subterrâneas, enquanto o reúso em áreas controladas pode gerar benefícios econômicos e ambientais.

Importância do Tratamento de Lodo

O lodo é um subproduto inevitável do tratamento de efluentes e, sem o tratamento adequado, pode se tornar uma fonte significativa de poluição. O correto tratamento do lodo não só minimiza os riscos ambientais, mas também abre oportunidades para o reaproveitamento, como a geração de energia a partir de biogás e a utilização de lodo estabilizado como fertilizante.

Além disso, o tratamento de lodo contribui para a sustentabilidade geral das estações de tratamento, ao transformar resíduos em recursos aproveitáveis, reduzindo a pegada ecológica das operações.


Reuso de Água tratada

Uma das práticas mais promissoras no setor de tratamento de efluentes é o reúso da água tratada. O reúso de água permite que a água proveniente de processos industriais ou municipais seja reaproveitada em diversas atividades, aliviando a pressão sobre as fontes de água potável e contribuindo para a preservação dos recursos hídricos.

Aplicações do Reúso de Água Tratada

  1. Processos Industriais
    • Indústrias são grandes consumidoras de água, e o reúso da água tratada é uma solução eficaz para reduzir o consumo de água potável. A água tratada pode ser utilizada em diversas atividades industriais, como resfriamento de máquinas, lavagem de equipamentos e processos de fabricação que não requerem água potável.
    • Exemplos de uso: Sistemas de resfriamento, alimentação de caldeiras, lavagem de pisos e equipamentos industriais.
    • Benefícios: A reutilização de água tratada nas indústrias gera economia de custos, reduz a pressão sobre os recursos hídricos e melhora a sustentabilidade ambiental da empresa.
  2. Irrigação
    • A água tratada também pode ser utilizada na irrigação de áreas agrícolas ou espaços verdes urbanos, como parques e jardins. Desde que a água tratada atenda aos parâmetros de qualidade adequados, o reúso em irrigação é uma alternativa eficiente para preservar a água potável.
    • Exemplos de uso: Irrigação de plantações agrícolas, campos de golfe, áreas verdes urbanas.
    • Benefícios: O reúso de água para irrigação contribui para a conservação dos recursos hídricos e é uma prática cada vez mais incentivada em regiões com escassez de água.
  3. Reúso Potável Indireto
    • Em alguns casos, a água tratada pode ser submetida a tratamentos avançados, como osmose reversa e desinfecção, e então reintroduzida em aquíferos ou reservatórios, onde se mistura com água potável. Esse processo é conhecido como reúso potável indireto e já é utilizado em algumas partes do mundo para aumentar a disponibilidade de água potável em regiões com escassez.
    • Exemplos de uso: Reabastecimento de aquíferos, recuperação de água para abastecimento público.
    • Benefícios: Aumenta a resiliência de comunidades em áreas com escassez de água, além de promover um ciclo sustentável no uso dos recursos hídricos.

Benefícios do Reúso de Água Tratada

  1. Economia de Recursos Naturais
    • O reúso de água tratada reduz a dependência de fontes de água potável, especialmente em indústrias e regiões com alta demanda de água. Isso preserva os recursos hídricos para usos mais nobres, como o consumo humano e o abastecimento público.
  2. Sustentabilidade e Redução de Custos
    • Para as indústrias, o reúso de água representa uma economia significativa, tanto em termos de custo de captação quanto de tratamento. Além disso, empresas que adotam práticas de reúso de água melhoram sua imagem junto ao mercado, demonstrando compromisso com a sustentabilidade ambiental.
  3. Menor Impacto Ambiental
    • O reúso de água reduz a necessidade de captação de água de rios, lagos e aquíferos, aliviando a pressão sobre os ecossistemas aquáticos. Além disso, a diminuição do descarte de efluentes tratados nos corpos d’água minimiza os impactos ambientais e a poluição.

Importância do Reúso de Água Tratada no Brasil

O Brasil, apesar de ser um país com vastos recursos hídricos, enfrenta desafios em termos de distribuição e qualidade da água. Em muitas regiões, a escassez de água é uma realidade, especialmente nas áreas urbanas densamente povoadas e nas indústrias que demandam grandes volumes de água.

O reúso de água tratada surge como uma solução eficaz para mitigar esses desafios, promovendo uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos e garantindo a sustentabilidade das atividades industriais e agrícolas no longo prazo.

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